quarta-feira, 27 de julho de 2016

Crítica: Entre idas e vindas




Na minha modéstia opinião: Entre idas e vindas (2016)  




Entre idas e vindas é um road movie, ou seja, é um filme de estrada. Em alguns desses casos, a história dos personagens, nem importa muito para o filme: se trata basicamente da captação de belas imagens das paisagens e daquele take esperto nas longas estradas da vida... esse – felizmente – não é o caso de "Entre idas e vindas", que não é filme sem pé nem cabeça, e tem um começo, um meio e um fim, bastante definidos. Apesar disso, ou por conta disso, é meio difícil falar sobre o núcleo e a história principal do filme. Então não farei uma crítica, como eu costumo fazer aqui, do modo  mais tradicional; vou apresentar os pontos positivos e negativos do filme e deixo você livre para julgar se concorda, discorda, se tem interesse de assistir. Vamos começar pelos pontos positivos, então:






- A trilha sonora espetacular: músicas nacionais de qualidade, simpáticas, conhecidas e desconhecidas, comerciais e poéticas, a cereja do bolo é a participação no final de “Moveis coloniais do Acaju” (se você não conhece, se faça um favor e conheça!).


- Elenco afinado: a dinâmica do elenco é maravilhosa, e as meninas tem o tipo de química de gente que trabalha junto, tem seus desentendimentos e diferenças, mas no fim do dia tem uma amizade que é pau pra toda obra. O destaque, do filme, entretanto, como todas as críticas destacaram, é todo do João Assunção, mesmo, que no alto dos seus doze/treze anos já tem mais charme e carisma do que eu jamais terei em toda minha mísera existência...

- Paisagens maravilhosas: ver o interior do Brasil, filmado com tanto carinho é realmente um presente e um bônus extra que você pode ganhar assistindo ao filme.



                                                                                   *





Sobre a personagem da Alice – é bem diferente das coisas que ela faz; na divulgação muito se falou sobre a Sandra ser mais cômica e a personagem da Ingrid (Guimarães) mais dramática, mas eu achei a história da Sandra bem deprê... ser traída pelo noivo, nas vésperas do casamento, por algum acaso é uma carga engraçada de se carregar? Por ser diferente das coisas que ela costuma fazer (que tem quase sempre tiro, explosões e tal), eu esperava que a personagem soasse mais próxima da Alice que vemos nas redes sociais e nas entrevistas, mas me enganei. O que foi uma coisa boa. Alice interpreta uma atendente de telemarketing, que toma umas e outras – e mais várias – e totalmente, me convence no papel. O que comprova que eu realmente tenho um blog para uma das maiores atrizes de sua geração... i’m so sorry...



                                                                                 *



Agora vamos aos pontos negativos:

- A escolha da atriz principal – a Ingrid – foi um tiro no pé. Ela é uma boa atriz, e tem carisma para dar, vender e anunciar na OLX, mas a presença dela corta totalmente o tom do filme. É difícil ver suas cenas e não esperar a comédia rasgada a qual estamos acostumados. Li nas entrevistas que ela está tentando fazer a transição dos papéis de comédia para outros estilos, mas Jim Carrey e Will Smith me ensinaram uma coisa: se você é um comediante e quer fazer outro tipo de filme, vá direto para o drama, mas o drama mesmo, o drama de cortar os pulsos... o meio termo é terrivelmente perigoso. O que nos leva ao outro ponto negativo do filme.

- A falta de tom do filme foi uma comum em todas as reviews do filme e realmente, não dá pra passar despercebido... você assiste com um sorriso no rosto, uma sensação boa, agradável, mas parece que tá faltando aquela coisa, falta uma profundidade,  nem ao menos podemos classificar a história como sendo agridoce, porque o filme não consegue ser azedo ou divertido o bastante, para tal.

Também achei meio drama em cima de nada - a história toda da mãe do menino, mas vai ver o problema sou eu, que sou meio objetiva na vida, mesmo. Claro que a situação não era um mar de rosas, mas porque não contar as coisas para o menino, gente? Ele era o mais emocionalmente estável daqueles seis dentro do motorhome. E no fim, intuitivamente, ele sabia de muito mais coisa da situação do que a maioria das pessoas ali...

Entre idas e vindas termina sendo, portanto, simpático e sincero, mas assim como sua mensagem principal prega, precisa seriamente amadurecer e encontrar seu próprio caminho.



É um filme ideal para ir assistir com amigos, no fim de semana, eu, por exemplo, assisti ao filme em um sessão de sábado a tarde, infelizmente havia poucas pessoas o que realmente indica que não estamos prontos para lançar em grandes salas produtos nacionais que sejam nada além de comédias rasgadas com Leandro Hassum e Fábio Porchat no elenco... Apesar disso a presença do filme no Top 10 dos mais assistidos do fim de semana. Deixa aquela esperança...

Nenhum comentário:

Postar um comentário